domingo, 2 de outubro de 2011

Inspeção revela problemas em universidades mal avaliadas pelo MEC

Glória Tupinambás

Professores com salários atrasados e alunos insatisfeitos foram alguns dos problemas encontrados pelos inspetores do MEC

O bate-boca descrito acima, entre o diretor de uma faculdade particular de Além Paraíba, na Zona da Mata, e um professor do curso de engenharia civil ocorreu bem diante da equipe do Estado de Minas. O motivo: problemas na infraestrutura e organização acadêmica da instituição. Mas a cena não terminou por aí.

Para apimentar a discussão, estudantes ameaçavam, pelos corredores, cobrar a devolução do dinheiro das mensalidades. Não se trata de episódio isolado na educação superior brasileira. O crescimento vertiginoso na oferta de cursos e vagas – de mais de 400% em 15 anos no Brasil e em Minas – tem ocorrido aos trancos e barrancos, e não vem acompanhado de melhora na qualidade do ensino.

Nada menos que 680 mil universitários estão matriculados em cursos mal-avaliados pelo Ministério da Educação (MEC) em todo o país. Em Minas, 12% das graduações inspecionadas no último Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), de 2009, tiraram nota vermelha na prova, todos elas da iniciativa privada. Para conhecer de perto essa realidade, o EM percorreu seis cidades do interior do estado, visitou 10 instituições e se deparou com laboratórios em condições precárias, bibliotecas desatualizadas, salas de informática ultrapassadas, dezenas de reclamações de alunos sobre a falta de professores e problemas na qualificação do corpo docente, além de denúncias de irregularidades acadêmicas, em um quadro que sugere situação até pior que a avaliada pelo MEC. Descobriu também cenários que podem ser verdadeiras pegadinhas, como superestruturas físicas, mas com ensino condenado por entidades de classe, a exemplo do Conselho Regional de Medicina (CRM) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

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